• MATA ATLÂNTICA:
- Bioma brasileiro situado principalmente nas cadeias montanhosas próximas ao mar, mas também é encontrada em trechos no interior. Sua área original estendia-se do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Este ecossistema vem perdendo áreas para a ocupação humana desde 1500. As maiores áreas preservadas estão na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira (SP, RJ, MG, ES), principalmente devido a seu relevo acidentado de difícil ocupação humana. Na região da Costa Verde Fluminense, ainda encontramos grandes remanescentes deste ecossistema, que precisa ser preservado a qualquer custo. A Mata Atlântica é enquadrada entre as "florestas tropicais" junto a outras formações do mesmo gênero. Mais de 50% de suas árvores são endêmicas (só ocorrem neste local. É uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Na época do descobrimento do Brasil ela tinha uma área equivalente a um terço da Amazônia. Cobria 1milhão de km2, ou 12% do território nacional. Hoje, está reduzida a apenas 7% de sua área original. Apesar da devastação sofrida, a riqueza das espécies animais e vegetais que ainda se abrigam na Mata Atlântica é espantosa. Em alguns trechos remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do planeta. Em contraste com essa exuberância, as estatísticas indicam que mais de 70% da população brasileira vivem na região da Mata Atlântica. Além de abrigar a maioria das cidades e regiões metropolitanas do país, a área original da floresta sedia também os grandes pólos industriais, petroleiros e portuários do Brasil, respondendo por nada menos de 80% do PIB nacional.
- Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude ou floresta pluvial montana, de 800 a 1700 m de altitude, como a Serra do Mar (1.100 metros) e Itatiaia (1.600 metros) onde a neblina é constante. Encontramos ainda a floresta pluvial baixo-montana (proximidades do mar a 800 m de altitude). A Floresta de Araucária, característica do sul do país, também faz parte da região de Mata Atlântica, mas a ela dedicaremos um capítulo à parte. A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
- Espécies imponentes de árvores são encontradas na região, como o jequitibá-rosa, o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês, a braúna, o pau-brasil, os angicos, o guapuruvú, o louro-pardo, o vinhático, dentre muitas outras. Na submata ainda encontramos o palmito juçara, bambus, lianas, várias begônias, samambaias e aráceas. Observa-se ainda numareosas espécies de bromélias e orquídeas.
- Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção são originários da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra, o muriqui (o maior primata das Américas) e a arara-azul-pequena. Além destas espécies, também vivem na área gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis, dentre outras.
- Durante 500 anos a Mata Atlântica propiciou lucro fácil ao homem. Madeiras, orquídeas, corantes, papagaios, ouro, produtos agrícolas e muito mais serviram ao enriquecimento de muita gente, além das próprias queimadas que deram lugar a uma agricultura imprudente e insustentável, totalmente irracional. Por muitos anos, nenhuma restrição foi imposta à essa destruição desenfreada motivada pela cobiça por dinheiro.
- A Mata Atlântica é o ecossistema brasileiro que mais sofreu os impactos ambientais dos ciclos econômicos da história do país. Primeiramente, ainda no século XVI, houve a extração predatória do pau-brasil, utilizado para tintura e construção. A segunda grande investida foi o ciclo da cana-de-açúcar. Constatada a fertilidade do solo, extensos trechos de Mata Atlântica foram derrubados para dar lugar aos canaviais. No século XVIII, foram as jazidas de ouro que atraíram para o interior um grande número de portugueses.
-A imigração levou a novos desmatamentos, que se estenderam até os limites com o Cerrado, para a implantação de agricultura e pecuária. No século seguinte, foi a vez do café, provocando a marcha ao sul do Brasil e, então, chegou a vez da extração da madeira. No Espírito Santo, as matas passaram a ser derrubadas para o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e celulose. Em São Paulo, a implantação do Pólo Petroquímico de Cubatão tornou-se conhecida internacionalmente como exemplo de poluição urbana que contribuiu e contribui dramaticamente para a destruição desse importante ecossistema. A cobertura vegetal ali existente sofreu e ainda sofre com a chuva ácida. Esse processo desorientado de desenvolvimento ameaça inúmeras espécies, algumas quase extintas como o mico-leão-dourado, a onça pintada e a jaguatirica.
- A região da Costa Verde ainda possui remanescentes de Mata Atlântica. Grande parte desse ecossistema foi destruído, na região, para dar lugar aos plantios de café e, posteriormente, para a pecuária extensiva, mal estruturada..